Gredos: serra branca!

A Serra de Gredos somente a cinco horas de Lisboa é sempre um destino apetecível para os praticantes de trekking de alta montanha. Qualquer altura do ano é boa para vir explorar as maravilhas naturais deste território mas durante os meses de inverno ganha um encanto especial ao cobrir-se de um manto branco de neve que a torna ainda mais imponente. E foi precisamente o vício da montanha que nos fez pegar na mochila e partir para dois dias de caminhadas pela Cordilheira Central. O melhor de Gredos é que nunca se está sózinho seja pelo esqui ou hiking são às centenas os praticantes que elegem este destino para subir e descer os cumes da serra. A Plataforma, situada no fim da estrada, marca o início da ascensão ao Almanzor – o ponto mais elevado da Cordelheira Central. O nosso primeiro objectivo seria chegar à Laguna Grande, a maior lagoa glaciar da região, e pernoitar no refúgio Elola. Com lugar para 65 camas em beliche, distribuídas por três dormitórios, está equipado com todo o que é necessário para recuperar forças depois de um dia a gastar energias na montanha. Com neve que nos enterrava quase até aos joelhos atravessamos o rio Pozas por uma ponte em madeira e seguimos para o Barrerones, que se ergue a 2.160 metros de altitude. Aqui a natureza esmaga-nos com a panorâmica sobre os três cumes: Almanzor, Morezón e os Tres Hermanitos. Podiamos ficar ali horas perdidas a contemplar a paisagem não fossem as temperaturas frias obrigarem-nos a continuar o trilho até ao nosso refúgio. A manhã seguinte estava reservada para a subida ao Almanzor e o dia de sol não desapontou os caminhantes com sede de adrenalina e aventura. Depois do esforço chega-se por fim ao ponto mais alto da serra onde se pode contemplar toda a magnitude do Circo de Gredos que ano após ano nos faz regressar.