Fim do ano na Aldeia das Dez
Houve alguém que me disse: nunca devemos voltar aos sítios onde já fomos felizes. Confesso que durante algum tempo acreditei que pudesse ser verdade mas hoje não podia estar mais em desacordo. Por isso voltei à Aldeia das Dez, à Ponte das Três Entradas e à vila de Avô para ser novamente feliz. E fui porque é impossível não o ser num lugar como este. Aqui os ribeiros cantam e a natureza parece sussurrar-nos algo de bom a todo o instante.
Chegamos com um grupo da Green Trekker para gozar os últimos dias de 2016 entre paisagens verdejantes, bosques encantados, vilas e aldeias cheias de história para contar. Desde o primeiro instante que os nossos participantes se deixaram conquistar pela Ponte das Três Entradas e as sombras que reflectem na águas escuras do Alva. Seria esta vista com que acordávamos todas as manhãs prontos a percorrer de mochila às costas mais um pedaço desta Beira profunda. E tal como os conquistadores subimos ao Castelo de Avô, ou ao que dele resta, onde bebemos um chá quente entre muralhas, percorremos campos, montes e vales para no fim descansarmos no Plano 5, na Aldeia das Dez, ao som do jazz e vistas para a Serra da Estrela. O começo de uma noite longa e a última do ano a degustar sabores da cozinha holandesa e portuguesa na Quinta da Geia. Champanhe, fogo de artifício e muitas passas a pedir outros tantos desejos que guardamos só para nós. Mas nem mesmo a festa impediu que no dia seguinte voltássemos a percorrer um novo trilho que mesmo antes de terminar já trazia saudades de um lugar onde queremos sempre voltar...
Patrícia Cabral