Caminhar e meditar

Caminhar e meditar

Um mosteiro budista para as bandas da Ericeira de nome Sumedhãrãma, onde reside uma pequena comunidade de monges, foi o suficiente para me despertar o interesse… À chegada fui surpreendida por uma simples moradia com o nome escrito numa pequena tabuleta. Talvez no meu imaginário esperasse encontrar um daqueles mosteiros que vemos em fotografias do Tibete ou mesmo do Butão. Mas não… mais simples não poderia ser. Fomos recebidos por um dos monges de nacionalidade inglesa que nos mostrou a casa partilhada por mais cinco elementos de várias nacionalidades entre as quais a portuguesa. Mostrou-nos ainda com orgulho a maquete daquele que será o novo convento numa propriedade ali perto e quando lhe perguntei para quando a mudança: limitou-se a sorrir e respondeu «a seu tempo». Quisemos conhecer este lugar e conduzidos pelo monge de vestes laranja, que sobressaia entre o verde da paisagem, percorremos um trilho que passou junto a pequenas casas de madeira onde se refugiam a contemplar a natureza e um altar onde se realizam ordenações. Mas afinal quantas horas meditam por dia, perguntei curiosa: «estamos sempre a meditar». Pensei era tão bom poder meditar assim sempre que apetece…mas afinal depois de aqui ter estado e sentido toda aquela paz basta libertar a mente e deixar-se contagiar por este ambiente de luz e cor.

Patrícia Cabral - 20 Fevereiro, 2017